quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

UMA QUESTÃO DE RAÇA!



Raça Barrosã

Origem e História


Alguns autores referem a existência, no Norte de África (Vale do Nilo), de animais com características morfológicas semelhantes à actual raça Barrosã, em especial no que se refere à forma, tamanho e espessura dos cornos. Estes animais são normalmente associados à designação subespecífica Bos primigenius opisthonomus (embora também se refira como Bos primigenius mauritanicus e como Bos tauros desertorum), e terá chegado à Península Ibérica através de várias rotas migratórias dos povos norte-africanos. A raça Barrosã poderia, assim ser incluída no tronco mauritânico, tendo como ancestral Bos primigenius mauritanicus (GARCIA et al., 1981). Aquele tronco foi descoberto por Thomas na região quaternária do Norte de África, sendo o ancestral paleontológico dos tipos côncavos brevilíneos denominado por Bos primigenius mauritanicus.
Neste contexto, poderá admitir-se que o gado que corresponde a este grupo se tenha instalado na Península Ibérica, provavelmente durante a longa ocupação Moura. Posteriormente, a raça Barrosã terá sido desalojada pelos troncos ibérico e aquitânico, restando apenas um núcleo populacional confinado às zonas planálticas do Barroso, onde permaneceu até hoje
A Raça Barrosã é considerada uma referência emblemática da bonivicultura portuguesa. Habitantes ancestrais das terras altas do Norte de Portugal, os bovinos barrosãos possuem um
património genético único. A raça apresenta aspectos morfológicos e histórico-evolutivos muito peculiares, sendo ainda hoje difícil proceder ao seu enquadramento no seio das restantes raças bovinas ibéricas.
Esta raça esteve em perigo de extinção após ter sido sujeita a cruzamentos indiscriminados nos anos sessenta e setenta. Para travar o seu desaparecimento várias
medidas de protecção foram adoptadas, incluindo o Registo Zootécnico iniciado em 1981. Em 2002, o número de animais aí registados era cerca de 7300. O Registo Zootécnico para além de permitir controlar a preservação de uma raça única, é fundamental para o estudo da mesma. Isto deve-se ao facto de ser necessário aprofundar a investigação sobre a estrutura genética das populações para esclarecer muitas questões que permanecem sem resposta.
Por agora, parece estar tudo bem.A ameaça de extinção ainda existe em algumas regiões, mas devo dizer, que os esforços realizados desde de 81 colmataram as maiores ameaças.Como barrosã tenho o maior orgulho em admirar estes belos animais. Ter crescido com eles pelos lameiros.... a procura da bosta para isolar o forno para o tão saboroso pão de milho... são lembrnças que jamais esquecerei...
Espero que todos que possamos envelhecer a admirar esta raça.... é património de todos os barrosões... de todos os portugueses.

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